Amigos, escrevi o poema NEGREIRO entre os 14 anos e os 16, aproximadamente. Surgiu num jorro, feito psicografia... pronto. Não havia pensado, na época, sobre o tema. Publico-o pela primeira vez, hoje, neste espaço. Tantos séculos se passaram, mas a violência do racismo continua.
NEGREIRO
Navio que ancora no porto morto. Cheio de lembranças vivas, cheio de vidas mortas. Âncora que prende ao cais, mais um negreiro carente de esperança, mais um século de dependência e morte. Navio que ancora trazendo chicotes, deixando marcas na pele escura. Navio que traz todos os corpos cansados, navio que traz todas as almas de luto.
Carmen Moreno
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