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LARANJA
Poema: Carmen Moreno
Música: Sidney Mattos
(Compositor, cantor, arranjador, musicoterapeuta, arte-educador e professor)
LARANJA
Laranja, nunca o anonimato, o descanso,
o direito à sombra.
Difícil ofício de sempre acender, animar, exceder.
Telas de Frida e Van Gogh, versos do Boca Maldita,
matizes dos trigais, a dor do entardecer.
Nunca rios, balsa, bálsamo...
Laranja navios, queda d`água, arrebentação.
Nunca a chance de ser medo, sombra, solidão.
Laranja enfrentamento, ação.
Nunca blues, choro, boleros...
mas samba, forró, verão.
Nunca beco, silêncio, lamento,
mas berro, luzes, multidão.
Laranja, cor da fruta, faces do fogo, crônico aquecer.
Nunca a timidez do bege, o sossego do azul,
a unanimidade do branco... o conforto dos tons sem conflito.
Laranja, sempre o grito, delação de si, confissão.
Feições de um sol insone, a extroversão do breu.
Bravura de ser um amarelo extremado.
Carmen Moreno
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